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Biodigestor chega ao primeiro hospital indígena do Brasil

  • 11 de jun.
  • 4 min de leitura

Tecnologia HomeBiogas 7.0 leva autonomia energética e gestão de resíduos


Segmento:

Comunidades

Instalação:

06/05/2025

Localização:

Alto Alegre - Roraima, DSEI/Yanomami

Cliente:

Centro de Referência a Saúde Indígena de Surucucu

Sistema:

HomeBiogas 7.0

Utilidade:

Gestão dos resíduos orgânicos, biogás, biofertilizante e economia circular.

Produção de Biogás da Instalação:

Até 7h por dia de cozimento

Produção de Biofertilizante da Instalação:

Até 600L por dia de biofertilizante total

Sinopse


No coração da Terra Indígena Yanomami, em Alto Alegre (RR), o Centro de Referência à Saúde Indígena de Surucucu passou a contar com uma solução inovadora para o tratamento de resíduos orgânicos e a geração de energia renovável: o biodigestor HomeBiogas 7.0. A iniciativa representa um avanço significativo para a sustentabilidade local e a autonomia energética da unidade, que enfrenta desafios logísticos severos — o custo médio para levar um botijão de gás de cozinha à região pode ultrapassar R$ 900.

Com o novo sistema, o Centro passou a produzir até 7 horas diárias de biogás, utilizado no preparo de alimentos, substituindo com eficiência o gás convencional. Além disso, são gerados até 600 litros de biofertilizante por dia, um insumo valioso que pode ser aplicado em hortas, plantações e áreas de reflorestamento, fortalecendo práticas de agricultura regenerativa na região.

Mais do que economia e reaproveitamento, a instalação do biodigestor representa um passo importante para a consolidação da economia circular e do protagonismo indígena na gestão sustentável dos próprios recursos. Ao transformar resíduos orgânicos em energia limpa e insumos agrícolas naturais, o Centro fortalece a segurança alimentar, reduz impactos ambientais e garante mais autonomia às populações locais.

Essa experiência demonstra como a tecnologia certa, aliada ao respeito pelo território e às práticas tradicionais, pode gerar impactos profundos e duradouros. O biodigestor HomeBiogas se torna, assim, um aliado na promoção da saúde, da sustentabilidade e da dignidade nas comunidades indígenas da Amazônia

Caso detalhado

Educação ambiental avança com biodigestor em escola

O biodigestor HomeBiogas 7.0 acaba de ser instalado no primeiro hospital indígena do Brasil, localizado em terras Yanomami, na floresta amazônica. Essa instalação histórica marca um avanço em soberania energética, segurança alimentar e gestão de resíduos orgânicos em uma das regiões mais desafiadoras e isoladas do país.

O hospital, que será inaugurado em breve, contará com duas cozinhas: uma destinada aos pacientes e outra para os colaboradores. O biodigestor HomeBiogas 7.0 ficará instalado na cozinha dos colaboradores, gerando o gás necessário para o preparo das refeições diárias. O equipamento produzirá, em média, o equivalente a dois botijões e meio de gás por mês, suprindo com eficiência a demanda local.

Esse número pode parecer modesto em áreas urbanas, mas nas terras Yanomami, onde o acesso é limitado a barcos ou aviões, o custo de um botijão de gás convencional chega a R$900,00. Em apenas seis meses de uso, o sistema já se paga, tornando-se uma alternativa altamente viável tanto econômica quanto ambientalmente.

Além do biogás, o biodigestor também gera biofertilizante líquido 100% natural, que será aplicado nos cultivos locais — hortas com frutas, legumes e verduras que alimentam a própria comunidade.

O uso desse fertilizante enriquece o solo e os alimentos, promovendo uma alimentação mais nutritiva e saudável. Em uma região que vem enfrentando graves problemas de desnutrição, o impacto é direto na qualidade de vida.

A gestão de resíduos orgânicos do hospital também ganha uma solução eficiente e ecológica. O que antes poderia ser descartado de maneira inadequada, agora será transformado em energia e nutrição para o território. Isso contribui não apenas para a proteção da floresta amazônica, como também para o fortalecimento de práticas sustentáveis no cotidiano da comunidade.

As terras Yanomami abrigam cerca de 20 mil indígenas distribuídos em mais de 300 comunidades. O hospital é uma resposta às emergências enfrentadas por essa população, que nos últimos anos lidou com surtos de malária, invasão de garimpos ilegais e a crise sanitária da COVID-19. O impacto dessas crises comprometeu gravemente a segurança alimentar e o acesso à água potável.

Em janeiro de 2023, o Brasil declarou estado de emergência sanitária na região Yanomami. Desde então, diversas iniciativas vêm sendo implementadas para reverter esse cenário. Entre elas, a instalação do biodigestor se destaca por ser uma tecnologia cirúrgica, prática e de rápida instalação, ideal para o momento de entrega do hospital e crucial para seu funcionamento sustentável.

A ação foi viabilizada graças à parceria entre a ONG Target, que atua permanentemente no território indígena, o SESAI (Secretaria de Saúde Indígena), e a CUFA (Central Única das Favelas) e a ONG Target. A união dessas entidades fortalece um movimento de transformação profunda no modo como a saúde, a alimentação e o meio ambiente se relacionam nas comunidades indígenas.

Ao produzir gás de cozinha no próprio local e biofertilizante para o solo, o biodigestor HomeBiogas oferece autonomia, economia e dignidade. É uma ferramenta concreta no enfrentamento à fome, à pobreza energética e à degradação ambiental.

Neste contexto, o biodigestor não é apenas uma tecnologia. Ele é um símbolo de resiliência, inovação e respeito à vida — especialmente à vida que pulsa dentro da floresta e depende dela para florescer.









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