Biodigestor em destaque no Pequenas Empresas, Grandes Negócios
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Em Cuiabá, restaurante utiliza biodigestor e energia solar para reduzir custos, gerar biogás e inspirar novos negócios sustentáveis.
A biodigestão é um dos caminhos mais promissores para unir sustentabilidade, economia e inovação nos negócios.
Um dos exemplos mais inspiradores desse movimento está em Cuiabá, no Mato Grosso, onde a empreendedora Cláudia Vasconcelos transformou sua paixão pela cozinha e sua experiência executiva em um restaurante referência em práticas sustentáveis — com destaque para o uso do biodigestor.
Cláudia trocou o universo corporativo, no setor bancário e de energia elétrica, pelo calor da cozinha.
Hoje, administra dois restaurantes no modelo comfort food, oferecendo pratos diferentes a cada dia da semana: de ensopados e culinária árabe a peixes regionais e feijoada. Mais do que sabor, seus restaurantes transmitem propósito: cada detalhe foi pensado para reduzir impactos ambientais e fortalecer a economia circular.
Logo na concepção do negócio, Cláudia se preocupou com eficiência energética. Todas as lâmpadas são de LED, o óleo de cozinha é enviado para reciclagem e transformação em biodiesel, e uma parceria com uma empresa local garante a coleta de recicláveis, beneficiando diretamente 16 famílias que vivem dessa atividade.
Mas foi a instalação de um biodigestor que elevou o restaurante a outro patamar de sustentabilidade. Carinhosamente apelidado de “dragão do restaurante”, o equipamento recebe restos de alimentos, inclusive sobras dos pratos dos clientes. Por meio da ação de bactérias, esse material é transformado em biogás, utilizado na cozinha para preparar cafés, recheios de quiches e sobremesas. Além do gás, o biodigestor também gera biofertilizante líquido, que pode ser usado em hortas e jardins.
“Com o biodigestor, conseguimos fechar um ciclo sustentável dentro do restaurante: o que antes era descarte, hoje volta como energia limpa”, afirma Cláudia.

Esse compromisso foi reconhecido nacionalmente: a história do restaurante foi destaque no programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, que ressaltou o papel inovador do biodigestor e das demais iniciativas de eficiência energética.
O apoio do Sebrae também foi fundamental nessa jornada. Desde a Copa do Mundo de 2014, a empresária participou de programas de capacitação e consultoria que ajudaram a aplicar boas práticas de gestão, conquistar selos de qualidade e implantar treinamentos constantes para a equipe.
O restaurante ainda integra o projeto Food Experience, que promove troca de experiências entre empreendedores do setor de alimentação. Outro passo importante foi o investimento em energia solar.
Em uma propriedade no interior de Mato Grosso, Cláudia instalou uma usina com 285 placas solares, garantindo maior autonomia e redução de custos nos restaurantes. A economia é reinvestida no próprio sistema, criando um ciclo virtuoso de inovação e sustentabilidade.
As práticas de Cláudia renderam também o selo de sustentabilidade, resultado da mensuração das pegadas de carbono do restaurante, um marco importante para empresas que buscam alinhar suas operações às metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.
O case de Cuiabá mostra que a adoção de um biodigestor não é apenas uma solução tecnológica, mas uma mudança de mentalidade empresarial.
Ele demonstra que pequenos e médios negócios podem inovar, reduzir custos e gerar impacto positivo no meio ambiente e na comunidade.
Mais do que servir refeições, o restaurante de Cláudia oferece inspiração: prova que é possível transformar resíduos em energia renovável e adotar práticas responsáveis sem abrir mão da eficiência e da rentabilidade.